Anne Carolynne Bogo
Verônica Bender Haydu
Camila Muchon de Melo
Poluição, desmatamento,
variações do clima – esses e outros são problemas globais enfrentados hoje.
Partindo do pressuposto de que toda ação tem consequências e de que essas
consequências podem também ser globais, há campanhas e iniciativas que buscam
promover mudanças na tentativa de resolver esses problemas. Um exemplo é o fato
de algumas redes de supermercado oferecerem ao cliente sacolas retornáveis para
ele comprar e usar no lugar de sacolas degradáveis. No entanto, ainda não é
suficiente o número de pessoas que aderiram ao uso de sacolas retornáveis nas
compras cotidianas, uma vez que a praticidade e a comodidade têm falado mais
alto em situações como essa. Os problemas globais enfrentados atualmente exigem
que algo seja feito.
Precisamos estar mais
sensíveis às consequências de nossas ações. Quando tomamos uma decisão ou
fazemos alguma coisa, geralmente o fazemos por razões imediatas. Raramente
consideramos o fato de que algumas consequências de nossas ações se estendem no
tempo e, por isso, podem ter outros efeitos além dos desejados imediatamente. Estar
mais sensível aos efeitos em longo prazo significa considerar o impacto futuro
do que fazemos, que pode ser tanto em nossa vida, como na vida daqueles que nos
cercam. O aumento no número de automóveis utilizados nas grandes cidades
impactou diretamente a qualidade do ar e a saúde das pessoas. A cada ano cresce
o número de casos de doenças respiratórias decorrentes da poluição do ar – algo
que afeta tanto as gerações atuais, quanto as gerações futuras. Entrar em
contato com as consequências distantes do comportamento pode contribuir para aumentar
as chances de escolher outras ações.
Há ainda outras estratégias
que aumentam a probabilidade de agir de modo diferente. Algumas redes de
supermercado têm apostado, por exemplo, em conceder descontos para os clientes
que não utilizam sacolas degradáveis. Nesse caso, usar sacolas retornáveis para
carregar as compras torna-se uma escolha financeiramente mais atrativa. Ações
como essa procuram estabelecer uma “concorrência” entre aquilo que é importante
para as pessoas: ganho financeiro e praticidade. A praticidade pode ser muito
importante para algumas pessoas e uma forte característica de algumas práticas.
Por outro lado, a questão financeira pode, para algumas pessoas, superar em
importância a praticidade. Assim, seria possível aumentar as chances de que as
pessoas escolham coisas que contribuam para melhores condições globais e que
também tragam benefícios pessoais.
É muito mais cômodo ir ao
supermercado sem a preocupação de levar suas próprias sacolas, ou sair com seu
carro próprio mesmo que para percorrer uma pequena distância. Mas os efeitos em
longo prazo dessas práticas trouxeram prejuízos como os citados acima.
Considerar as consequências em longo prazo e planejar condições que tragam
também benefícios imediatos são estratégias que podem ser implementadas no
cotidiano como forma de realizar uma mudança em algumas práticas. São pequenas
mudanças que podem fazer grandes diferenças no futuro.
Para mais informações, consulte:
Abib, J. A. D. (2010). Sensibilidade, felicidade e cultura. Temas
Em Psicologia, 18(2), 283–293.
Todorov, J. C.
(2011). A trava no olho de cada um. Perspectivas
em Análise do comportamento, 2(1),21-24.
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