segunda-feira, 24 de julho de 2023

Como um analista do comportamento pode atuar na prestação de cuidados paliativos?


 Uma paciente recebendo cuidados em um hospital. Essa imagem foi gerada pela Inteligência Artificial “DALL·E 2” em 22/07/2023.

Wildson Cardoso Assunção
Universidade Estadual de Londrina

Lidiane Diniz de Andrade
Universidade de Brasília

Verônica Bender Haydu
Universidade Estadual de Londrina

Muitos estudantes de Análise do Comportamento podem ter dúvidas de como atuar de maneira efetiva em um contexto hospitalar que requer a prestação de cuidados paliativos aos pacientes. Antes de tudo, é fundamental ressaltar que os cuidados paliativos não se limitam apenas a casos em que a pessoa está em fase terminal. Os cuidados paliativos consistem em uma abordagem especializada para tratar sintomas, desconfortos e sofrimentos associados a doenças graves, direcionados tanto ao paciente quanto aos familiares ou cuidadores (NINR, 2020). Embora essa definição ofereça uma direção para o tratamento, pode não ficar claro para um analista do comportamento como ele pode atender às demandas do contexto, ao mesmo tempo em que mantém seu compromisso epistemológico com sua abordagem.

  O analista do comportamento, segundo Reis e Knaut (2022), pode desempenhar um papel importante nos cuidados paliativos, por meio da utilização de  informações relacionadas ao diagnóstico, prognóstico e o tipo de tratamento do paciente. Além disso, ele pode realizar análises funcionais para identificar as contingências que o paciente e a família estão vivenciando e assim, compreender os comportamentos do paciente e suas interações com o ambiente. Com base nessa compreensão, os profissionais da Análise do Comportamento desenvolvem intervenções personalizadas, como treinamento de habilidades de enfrentamento, promoção de comportamentos de aceitação da doença, autonomia no tratamento e apoio na elaboração do processo de finitude e luto.

Sugere-se que, o analista do comportamento realize estudos para compreender como atuar  de forma específica em cada contexto, seja ele clínico, hospitalar ou domiciliar (home care). Ao integrar os métodos da Análise do Comportamento às práticas de cuidados paliativos, reforça-se o compromisso em oferecer suporte e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores, além de possibilitar a colaboração e auxílio a outros profissionais no trabalho interdisciplinar.

 

Referências

National Institute of Nursing Research/NINR. (2020). Palliative care: the relief you need when you have a serious illness. https://www.ninr.nih.gov/newsandinformation/publications/palliative-care-relief-for-serious-illness#:~:text=Palliative%20care%20is%20comprehensive%20treatment,improve%20your%20quality%20of%20life

Reis, B. d., & Knaut, J. d. F. F. (2022). Caracterização de variáveis envolvidas na atuação analítico-comportamental em contexto de cuidados paliativos. Revista da SBPH, 25(1), 26, 29-42. https://doi.org/ 10.57167/Rev-SBPH.v25.026.