Gabriel Paes de Barros Gonçalves
Camila Muchon de Melo
Verônica
Bender Haydu
Recompensas
são prometidas para quem seguir esses e outros mandamentos bíblicos, enquanto
punições são prometidas para quem decidir
desobedecê-los: “Quem ferir alguém, de modo que esse morra, certamente será
morto”. Essa é apenas uma forma de atribuir responsabilidade a alguém pelos
seus atos. Mas por que responsabilizamos as pessoas? A resposta parece óbvia:
porque as pessoas sabem o que é certo
e o que é errado, conhecem o bem e também o mal, então sabem o que podem
e o que deveriam fazer. Na visão da
Análise do Comportamento, entretanto, a explicação segue um caminho diferente e
é dele que vamos tratar adiante.
É
possível dizer que a sociedade dá valor às coisas de acordo com o potencial
reforçador que elas têm em cada contexto. Desvio de dinheiro público, por
exemplo, é crime. Nesse contexto, é esperado que os políticos apliquem o
dinheiro em ações que beneficiem os cidadãos; em outras palavras, é o que a
sociedade reforça, é o que a sociedade quer manter e, portanto, é o certo. Diferentes sistemas políticos têm
diferentes normas, assim como diferentes religiões têm seus próprios
princípios. Nós, enquanto pertencentes a um grupo, tendemos a agir de acordo
com tais valores, mesmo quando não sabemos descrevê-los. Dizemos, então, que
existe uma relação de controle do grupo sobre o indivíduo que se comporta.
Assim
como os valores, o modo como pensamos sobre responsabilidade também varia de
acordo com o contexto. Alguns grupos podem achar certo amarrar um assaltante no poste e agredi-lo em nome de um bem, enquanto outros podem olhar para a
mesma situação e dizer que isso é errado.
Não há nenhum comportamento bom ou ruim, em si, o que existem são valores
que as pessoas atribuem, são formas de responsabilizar.
Saber
que a sociedade em que estamos determina nossos valores e como devemos pensar a
respeito do que acontece no mundo pode parecer um pouco desesperador. Perceber
que diferentes possibilidades de entender o certo
e errado existem e que a maneira como
olhamos para as atitudes das pessoas e as responsabilizamos, entretanto, é uma
oportunidade de revermos esses valores, fortalece-los ou mudá-los de maneira
que o nosso bem possa também ser o bem de nossa sociedade, de nossa cultura.
Saiba
mais sobre os valores de uma cultura em: Skinner B. F. (1973). Valores. Em O mito da liberdade (p. 83-102). 2° ed.
Rio de Janeiro: Edições Bloch. (Trabalho original publicado em 1971).
Nenhum comentário:
Postar um comentário