Edneli Natália Ferreira da Costa
Nádia Kienen
Há quem diga que o tempo passa
muito rápido. Outros, que precisam de mais tempo. Alguns, ainda, que não têm
tempo para nada. Mas a verdade é que todos nós temos a mesma quantidade de
tempo que passa na mesma velocidade. Eu, você, seu chefe, sua filha e o
Presidente da República temos 24 horas, 1140 minutos e 86400 segundos por dia. Mas
então, porque será que é tão difícil lidar com o tempo?
Quando falamos de gerenciamento de
tempo, na realidade estamos nos referindo ao gerenciamento das atividades que
iremos realizar ao longo do tempo. E para isso, precisamos ser capazes de fazer
muitas coisas. “Gerir” o tempo, uma equipe, uma empresa ou qualquer outra
coisa, não descreve apenas um comportamento, mas um conjunto de comportamentos
complexos.
Antes mesmo de planejar nossas atividades,
precisamos saber quanto tempo levaremos para realizar cada uma, quais tarefas são
minhas prioridades e quais fatores poderão interferir na realização dessas
tarefas.... Tudo isso está relacionado ao autoconhecimento. Na visão da Análise
do Comportamento, autoconhecimento indica a capacidade de descrever seus
próprios comportamentos, isto é, ter consciência de como provavelmente eu irei
me comportar diante de determinada situação. O conhecimento do próprio
comportamento nos permite prever como iremos agir e então, controlar o nosso
comportamento, o que é essencial quando precisamos planejar e executar as
tarefas, por exemplo.
Por falar em controle, esse é um
aspecto fundamental na gestão do tempo. Uma das principais queixas é que as
pessoas não são produtivas porque procrastinam, ou seja, apresentam dificuldade de iniciar ou finalizar as tarefas ou
evitar atividades que causam distração. Para evitar a procrastinação é
necessário que tenhamos disciplina e capacidade de nos manter focados, o que
está relacionado ao autocontrole. Falamos anteriormente que quando nos
conhecemos conseguimos identificar quais variáveis influenciam nosso
comportamento, certo? A partir disso, podemos realizar modificações no ambiente
de forma que aumente a chance de realização da atividade planejada. Por
exemplo, se eu sei que as notificações do celular são uma distração e que,
provavelmente, quando a tela do celular acender, existe grande chance de eu
parar de fazer o que estava fazendo e “gastar” um bom tempo interagindo nas
redes sociais, eu posso simplesmente deixar o celular em outro ambiente ou
desligar o Wi-Fi por um período.
Mas claro que você
precisa escolher qual atividade você precisa realizar ou não, ou pelo menos,
qual delas é a mais importante ou mais urgente para você. Esse é o processo de
priorização, que envolve tomar uma decisão do que fazer e do que não fazer num
determinado período de tempo. Para essa avaliação, podemos pensar nas
consequências das nossas ações. O que pode acontecer seu eu deixar de fazer
isso? Qual o resultado da realização dessa tarefa? Quais das tarefas me trarão
melhores resultados?
Enfim, poderíamos
gastar muito tempo do nosso dia escrevendo sobre gestão do tempo e todos os
comportamentos envolvidos nesse fenômeno. O lado bom é que todo comportamento é
aprendido, o que significa que ainda dá tempo de aprendermos a ser mais
produtivos. Comece observando seu próprio comportamento, calculando quanto
tempo você gasta em cada atividade, o que faz você se distrair com mais
facilidade e o que acontece depois de cada uma dessas coisas. Tenho certeza que
você fará descobertas incríveis!
Sugestão
de Leitura Complementar:
Nico, Y. C. (2001). O que é
autocontrole, tomada de decisão e resolução de problemas na perspectiva de B.
F. Skinner. In H. J. Guilhrad (Org.). Sobre comportamento e cognição: Expondo
a variabilidade (pp. 62-70). Santo André, SP: ESETec Editores Associados.
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