Laira Cristine Estabile
Para muitas pessoas pode parecer bobeira, mas dura até o momento em que alguém próximo passa por isso. Por mais que o assunto relacionado à saúde emocional parece não ser prioridade em muitos momentos, os dados do Ministério da Saúde, em 2016 mostraram o registro de 11.433 óbitos por suicídio no país. Isso dá uma média de 31 mortes por dia. No Paraná, de acordo com informações do Datasus (banco de dados do Ministério da Saúde) houve 768 casos de suicídio em 2016. Em 2018, foram 893 mortes por consequência de suicídio no Paraná. Podemos observar que o número de suicídio aumentou com o passar do tempo, e atualmente a compreensão e os cuidados com a saúde emocional se fazem por meio da consideração de vários fatores.
Entre outros fatores que afetam a saúde emocional, estão os relacionamentos tóxicos, em que uma relação afeta negativamente momentos que poderiam ser felizes e também afeta a forma com que o mundo ao seu redor é sentido. Outro fator camuflado e considerado uma dificuldade social, histórica e atual é o preconceito que ocorre por meio de comparações e julgamento negativo entre diferentes pessoas. As dificuldades financeiras também abalam a vida de muita gente. As contas em aberto, a falta de dinheiro para ter acesso a saúde básica, já que muitas pessoas não tem acesso nem ao saneamento básico no Brasil, são algumas das variáveis que mexem com a autoestima e autoconfiança de várias pessoas.
Há vários fatores que devem ser considerados quando o assunto é saúde e qualidade de vida. Porém, culturalmente aprendemos que muitos sentimentos, dentre eles a tristeza deve ser substituída instantaneamente pelo sentimento de felicidade, o que é bem difícil de acontecer rapidamente. Esse é um exemplo de como um sentimento nomeado como “ruim” é socialmente desvalorizado e passa a ser somente sinônimo de “perda”. Entretanto, nos comportamos e sentimos reações diferentes durante toda a nossa vida, tornando-se necessário arranjar formas de lidar com os sentimentos além das comumente conhecidas.
Além dos fatores citados acima, é importante considerar que todos nós somos responsáveis por mudar essa realidade porque muitas das causas das dificuldades observadas na saúde emocional não envolve exclusivamente o que a pessoa que passa por alguma dificuldade faz, mas também o que as pessoas que estão ao seu redor fazem. Quando o assunto é relacionamento tóxico, preconceito e outras dificuldades sociais, o relacionamento com o outro pode contribuir para manter ou para mudar para melhor as dificuldades relacionadas à saúde emocional.
Concluindo, há possibilidades para modificar essa realidade. Desenvolver uma aprendizagem para lidarmos com a dor e deixar de fugir e se esquivar dela, pois muito pelo contrário do que várias pessoas imaginam que estar saudável é o mesmo que não sentir, lidar com todos os sentimentos (sejam eles nomeados como bons ou ruins) é uma das estratégias para aprender a lidar com a dor. Olhar para a saúde emocional é a proposta feita pela campanha chamada “Janeiro Branco” realizada por profissionais da saúde. Está aí um bom período e alguns motivos para você pensar sobre a sua própria saúde!
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