Natalia Ramos Bim
Verônica
Bender Haydu
Desde a infância muitas pessoas sonham o que querem ser quando crescer.
Muitos querem ser médicos, engenheiros, psicólogos etc. Esse desejo por uma
profissão, em geral, conduz o processo de decisão do que cursar no Ensino Superior.
O que poucas pessoas sabem, no entanto, é que os conhecimentos aplicados na
prestação de serviço são resultados de pesquisas, testes e experimentos. É por
meio de estudos desse tipo que a eficácia e eficiência das práticas e
procedimentos é comprovada. Um medicamento para dor de cabeça, por exemplo, só
chegou ao consumidor depois que equipes de pesquisadores trabalharam arduamente
para comprovar resultados favoráveis, reduzindo a dor das pessoas. Fazer
pesquisa científica assume um lugar de importância e de prioridade em todos as
áreas de atuação. Formar profissionais pesquisadores é tão importante quanto
formar profissionais prestadores de serviços. Entretanto, esse é um campo de
atuação pouco conhecido dos jovens interessados no Ensino Superior e leva à
seguinte questão: como fazer a iniciação científica de alunos dos mais diversos
níveis de ensino?
O trabalho científico envolve a formulação de um
problema de pesquisa (uma pergunta), a realização do estudo e a apresentação dos
resultados do estudo em meios de comunicação científicos. A partir de
perspectivas teóricas específicas, o objetivo é avançar em um determinado campo
do conhecimento. O comportamento do cientista está sob controle do seu objeto
de estudo e é sensível às alterações decorrentes de seus estudos. Sabendo
disso, o processo de formação de pesquisadores passa pela modelagem de habilidades
básicas específicas, que deve ser iniciada nos primeiros anos do Ensino
Fundamental e acompanhado até o Ensino Superior.
Nas escolas – no Ensino Fundamental e Ensino Médio
–, os alunos devem ser expostos a conteúdos científicos, com visitas a
universidades, centros de pesquisas e laboratórios, e conversas e entrevistas
com pesquisadores. É importante que os educadores direcionem interesses dos
alunos e os ensine a pensar criticamente sobre os fenômenos naturais. Além
disso, que os ensinem a identificar problemas para serem solucionados, a
identificar lacunas nas áreas de conhecimento, a formular objetivos de
pesquisa, a delinear procedimentos, a coletar dados e a analisá-los
cuidadosamente.
No Ensino Superior, especialmente, professores
podem desde o primeiro ano da graduação divulgar entre os alunos as pesquisas
que eles/elas desenvolvem, a incentivar a participação ativa em grupos de estudos
e projetos de pesquisa, bem como a participação em eventos científicos. Nas
disciplinas incentivá-los a lerem conteúdos de revistas e periódicos
científicos, a realizar pesquisas e incentivar a redação de relatos de pesquisa.
A exposição a essas e outras experiências
proporcionará contexto para que os estudantes desenvolvam repertório de
pesquisa. São habilidades que pouco a pouco vão sendo aprimoradas, por isso
todo o processo de iniciação científica deve ser acompanhado e supervisionado.
É preciso haver modelo e também diálogo, feedback e reconhecimento. É
isso que manterá o estudante engajado, comprometido e seguro. Assim, pode-se
concluir que ser pesquisador não é algo natural, que se nasce sabendo, é preciso
arranjo de contingencias para proporcionar essa formação.
Leitura adicional
Fava-de-Moraes, Flavio, & Fava, Marcelo (2000).
A iniciação científica: muitas vantagens e poucos riscos. São Paulo em
Perspectiva, 14(1), 73-77. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392000000100008
Nenhum comentário:
Postar um comentário