Victória Druzian Lopes
Nádia Kienen
Verônica Bender Haydu
Quantas
vezes você já ouviu falar sobre o Autismo (Transtorno do Espectro Autista) esse
ano? A popularização do termo, que vem acontecendo nos últimos anos, tem sido
acompanhada pelo aumento de campanhas de conscientização e pelo número de
diagnósticos realizados. A intervenção que tem demonstrado eficácia, a Análise
do Comportamento Aplicada (ABA), deve ocorrer de forma intensiva, a partir de
mudanças ambientais. Assim, incluir pais nas intervenções comportamentais de
seus filhos com Autismo é muito importante para favorecer o desenvolvimento de repertórios
comportamentais adaptativos das crianças.
As intervenções comportamentais para
crianças com diagnóstico de autismo, com base na ABA, devem ser
individualizadas, intensivas, duradouras e de início precoce (Barboza, 2015). É
necessário analisar funcionalmente os comportamentos da criança, elaborar
objetivos terapêuticos, propor estratégias e avaliar mudanças comportamentais
das crianças. Devido à complexidade e ao caráter intensivo da intervenção, é um
serviço normalmente com alto custo financeiro ao qual poucas famílias conseguem
ter acesso. Assim, o treinamento de pais para a aplicação de procedimentos de
intervenção baseados na ABA possibilita que mais crianças com Autismo tenham
acesso à intervenção continuada e intensiva recomendada (Ferreira, 2015;
Oliveira, 2017).
Os procedimentos de intervenção
baseados na ABA dependem fundamentalmente de mudanças no ambiente no qual a
criança se comporta, o que necessariamente implica na capacitação dos pais para
aprenderem a manejar essas variáveis ambientais no dia a dia da criança com
autismo. Eles são parte significativa do ambiente da criança, convivendo com
ela a maior parte do tempo. Portanto, eles podem intervir de maneira eficaz no
comportamento dos filhos, favorecendo a aprendizagem de novos comportamentos em
contextos diversos.
A ABA é uma forma eficaz de intervir
no comportamento das crianças com autismo, desde que seja realizada de forma
frequente e intensiva. Considerando o papel dos pais na modificação de
variáveis ambientais e a dificuldade de acesso de muitas famílias às
intervenções, o treino de pais parece ser uma alternativa viável e pertinente
para o desenvolvimento de repertórios comportamentais importantes em crianças
com Autismo.
Referências
Barboza, A. A. (2015). Efeitos de
videomodelação instrucional sobre o desempenho de cuidadores na aplicação de
programas de ensino a crianças diagnosticadas com autismo (Dissertação de
Mestrado). Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil. Recuperado de http://ppgtpc.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/adriano%20alves%20barboza%202015.pdf.
Ferreira, L. A. (2015). Ensino
conceitual em ABA e treino de ensino por tentativas discretas para cuidadores
de crianças com autismo (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do
Pará, Belém, PA, Brasil. Recuperado de http://ppgtpc.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/Luciene%20Ferreira%202015.pdf.
Oliveira, J. S. C. de. (2017). Intervenção
implementada por profissional e cuidador a crianças com TEA (Dissertação de
Mestrado). Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil. Recuperado de http://ppgtpc.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/Juliana%20Sequeira%20Cesar%20de%20Oliveira%202017.pdf.
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