Laryssa Rodrigues, Verônica Bender Haydu
A criatividade
pode ser compreendida como um processo relacionado à inovação, à criação e a
comportamentos novos nas sociedades humanas. Durante nossa história houve
muitas interpretações dos produtos criativos humanos, comumente sendo
interpretados como inspirações divinas ou advindos da genialidade. Atualmente,
a criatividade pode ser entendida como um processo natural, passível de ser
estudado e aprendido (Dacey, 1999). As perguntas que pode surgir são: Quais
condições favorecem a aprendizagem de comportamentos criativos? Quem pode ser
criativo?
Os membros de
nossa cultura reservam o termo criatividade para novos aprendizados ou
resoluções de problemas dito como mais “flexíveis”, ou seja, indivíduos que
variam mais seus repertórios (Skinner, 1968). Pessoas que, geralmente, são
consideradas criativas agem de forma variada e pouco convencional,
costumeiramente conhecidas como indivíduos que “pensam fora da caixa”. Elas
provavelmente são criativas porque tiveram em suas vidas mais oportunidades de
inovar, foram expostas a situações em que a inovação produziu solução a algum
problema. Assim, pode-se afirmar, conforme Barbosa (2003) que a criatividade
pode ser aprendida e executada por cada um de nós nos diversos contextos que
vivenciamos, sendo um processo natural.
Na perspectiva de
a criatividade ser um processo natural, comportamentos que emitimos em nosso
dia a dia podem ser considerados criativos. Por exemplo, a procura de soluções
para problemas novos ou soluções novas para problemas já existentes do mais
sutil ao mais complexo sem
ajuda de manuais. Aprender
a tocar um instrumento novo, consertar um problema hidráulico ou elétrico em
sua casa, experimentar desenhar sem borracha, descobrir sem mapas
caminhos novos, começar uma atividade sem a necessidade de ser bom.
Para sermos
criativos é necessário entrarmos em contato com diferentes situações problemas
e diferentes maneiras de solucioná-las, para aprendemos a nos comportar diante
de variáveis novas. Quando uma resposta e suas variações são reforçadas,
diminuímos a chance de selecionar um comportamento estereotipado e seleciona-se
uma classe comportamental de inovação. Se todos temos a oportunidade de
aprender coisas novas, podemos considerar que todos podem ser criativos. Possivelmente
não sejamos considerados grandes artistas, escritores, arquitetos, designers ou
músicos, mas seremos, em certa medida, bons solucionadores de problemas.
Referências
Barbosa, J. I. C. (2003). A criatividade sob o enfoque da análise do comportamento. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 5(2), 185-193.
Dacey,
J. S. (1999). Concepts of creativity: A history. In S. R. Pritzker (Org.) Encyclopedia of Creativity. (pp.309-322).
Academic Press.
Skinner, B. F. (1968). The technology of teaching. Appleton-Century-Crofts.