Thiago Soares Campoli
Verônica Bender Haydu
Célio Estanislau
Já
deve ter acontecido algo parecido contigo: você sujou a mão com algo muito
nojento e, mesmo depois de ter lavado as mãos uma ou duas vezes, continua
‘agoniado’ por lavá-las novamente. Ou, você ouviu falar sobre roubos na região
e passar a checar repetidas vezes se a porta está fechada. Não há nada de
errado em você ter passado por situações parecidas com essas. Mas, para algumas
pessoas, isso chega ao nível de atrapalhar as atividades diárias. Por exemplo,
elas lavam as mãos ou checam as portas várias dezenas de vezes ao longo do dia.
Isso é o que ocorre no Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). As pessoas com
TOC podem apresentar pensamentos e impulsos repetitivos (obsessão), realizando
atividades ou rituais como respostas (compulsão) que podem levar segundos,
minutos ou até horas a fim de aliviar um desconforto. Pesquisas realizadas em
laboratório com a utilização de metodologia experimental, instrumentos e
ambientes adequados, podem nos ajudar a compreender melhor esses comportamentos
não adaptativos e auxiliar no desenvolvimento de procedimentos de intervenção.
Como
forma de tratamento, a psicoterapia e o uso de fármacos podem ajudar a reduzir comportamentos
não adaptativos. A intervenção psicoterápica utiliza de análises e técnicas
para que o cliente possa entender melhor sobre o transtorno, assim como
controlar a ocorrência dos comportamentos que o caracterizam. Há muitas
pesquisas com o propósito de entender o TOC e seus tratamentos em humanos. Contudo,
a pesquisa com modelos experimentais com animais, em muitos casos, é um meio
mais econômico, controlável, rápido e acessível para investigar alguns tipos de
questões.
No
contexto de laboratório, em algumas situações, os ratos emitem um comportamento
que parece estar mais relacionado ao ambiente do que o estado da pele em si, o grooming. Este é um comportamento de
limpeza apresentado pelos ratos e mais frequente em ambientes novos. O rato faz
grooming quando esfrega ligeiramente
seu nariz, passando pela cabeça e lambendo em direção a sua calda. Essa
sequência é exacerbada e estereotipada, sendo análoga aos comportamentos
repetitivos observados em pessoas com TOC.
Cientistas
e profissionais da área estão estudando esse comportamento como modelo
experimental para entender melhor sobre o que funcionaria mal no TOC. Com
efeito, podemos encontrar diversas pesquisas com diferentes áreas de
conhecimentos (Psicologia, Genética, Neurofisiologia, Neuropsicologia,
Psicofarmacologia etc.) que estão contribuindo para a compreensão do TOC tanto
em contexto aplicado quanto experimental. A colaboração entre essas diversas
áreas é necessária para fazer frente e esse transtorno que, estima-se, acomete
cerca de 2 % da população mundial.
Sugestão de leitura complementar
Graybial, a M., & Rauch, S. L. (2000). Toword a neurobiology of obsessive-compulsive disorder. Neuron, 28(2), pp. 343-347. Recuperado de: http://ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11144344
Sugestão de leitura complementar
Graybial, a M., & Rauch, S. L. (2000). Toword a neurobiology of obsessive-compulsive disorder. Neuron, 28(2), pp. 343-347. Recuperado de: http://ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11144344